Thyago Marão Villela e Natalia Conti, de Campinas (SP)
Estudantes do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas estão em greve desde o dia 3; funcionários da universidade e a Faculdade de Educação também estão parados
No dia 3 de junho, o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp amanheceu em greve. A assembleia realizada no dia anterior contou com mais de 350 estudantes e foi reflexo de um longo processo de discussões que atravessou o semestre. Há muito tempo não acontecia uma assembleia tão grande no que é o maior instituto da universidade.
O debate se iniciou a partir de mais um projeto do governo Serra para a educação superior pública, de outubro de 2008. Trata-se da Univesp – Universidade Virtual do Estado de São Paulo – projeto de parceria e financiamento entre as três estaduais paulistas, Fundação Padre Anchieta e Secretaria Estadual de Ensino Superior, que visa implementar o ensino a distância no quadro destas universidades através de vídeo-aulas na TV Cultura e uma carga reduzida de aulas presenciais.
Nesse marco, um conjunto de estudantes do IFCH fez o chamado para a construção de um Comitê que discutisse criticamente esse decreto, refutando as suas armadilhas “democratizantes”. Com reuniões cada vez mais amplas, o Comitê Univesp incorporou estudantes de outros institutos, dando um salto qualitativo no debate sobre a precarização do trabalho docente e na educação como um todo, frutos de um projeto mais amplo dos governos estadual e Federal.
Mobilização
O pontapé inicial da movimentação na Unicamp foi dado pelos trabalhadores e a Faculdade de Educação, que entraram em greve fortalecendo a possibilidade da expansão do movimento para outros institutos. Tendo em vista a greve dos trabalhadores da Unicamp e dos estudantes da Faculdade de Educação, outras questões entraram em pauta e engrossaram as mobilizações.
São elas: Não à Repressão às mobilizações, pela readmissão do companheiro Brandão – diretor do Sintusp demitido por motivos políticos – e Não à entrada da polícia nas universidades; Contratação de professores e funcionários (considerando a incorporação dos terceirizados ao corpo de funcionários da Unicamp); Não aos Projetos de Lei Complementar 19/20 que precarizam a educação básica e as condições de trabalho dos professores da rede pública estadual; Todo apoio à greve dos trabalhadores da USP e Unicamp!
É importante frisar que nossa greve não pretende somente atender às demandas locais, compreende também a necessidade de construir as mobilizações de forma mais ampla e que só com a organização das lutas é possível transformar nossa realidade!
Assembléia Estudantil
Há 15 anos